Escrito em períodos curtos, o narrador retrata suas dúvidas e curiosidades a respeito de seu avô, relembrando momentos de seu passado e questionando sobre sentimentos que envolvem suas relações familiares, e também há uma dúvida permanente sobre o olho de vidro de seu avô. Dentro dessas dúvidas, o neto cria metáforas sobre as metades de seu avô, onde o olho direito enxergava a realidade e o esquerdo criava coisas novas.
A narrativa da história é fluida e desperta no leitor lembranças adultas da infância. Os períodos curtos dão a impressão de que a história se passa dentro do pensamento do narrador, entre uma informação e outra ele insere uma reflexão, algumas expressões e ditados populares.
Como na descrição dos personagens no texto de Gabriela Luft, aqui não encontramos a presença direta de antagonistas, a história é toda pela visão do protagonista, porém em alguns pontos da história o narrador nos permite ver algumas falhas de caráter do avô.
Na relação entre os familiares podemos ver uma falta de diálogo entre eles, como são divididos, como o avô vigiava seus filhos "com o olho de verdade". A situação da avó que sofre com a infidelidade do marido que a deixa sozinha e ela fica em silêncio, como todos parecem sempre estar, em silêncio.
O texto que apesar de ter um tom de "criança contando história" é na verdade o neto já mais velho após alguns anos contando sobre a infância, sobre sua família e fazendo muitas reflexões dentro da história.
Dentre as reflexões, algumas são muito profundas e geram grande emoção sobre assuntos que talvez não estejam diretamente relacionados com a história, mas levam o leitor a pensar nelas.
O texto me levou a pensar sobre a infância, sobre o tempo, sobre o que consigo ou não me lembrar, sobre o que eu vivo hoje, sobre como a vida daqueles personagens, que apesar de serem retratados com tanta reflexão me pareceu tão vazia.
Me enxerguei nesse texto poético e reflexivo, como se estivesse vendo o meu próprio reflexo. Acho que todos nós vemos a vida de dois jeitos diferentes, pelo menos eu vejo. Um lado enxerga a realidade da vida, o outro, cria, imagina, fantasia, como uma fuga da realidade.
Confesso que com a leitura desse livro me surpreendi, me emocionei e refleti sobre diversos aspectos da vida.
Me deixou encantada, e com sentimento de saudades da infância.
Concluindo, depois da leitura do texto de Luft quando ela fala sobre os personagens e suas descrições, percebemos que se aplica muito bem nesse livro a questão psicológica do antagonista ou a falta dele, o tempo e o espaço, pois o narrador também traz uma reflexão sobre sua cidade e como o mundo todo poderia ter o nome da cidade onde o avô morava, afinal, quem não gostaria de morar em um Bom Destino?
"Eu também gostaria de possuir um olho assim, que estava distante de mim, sobre o criado.
Ter meu olho me espiando de longe. Quem sabe, eu me conheceria melhor? Conheceria minha superfície sem necessidade de espelho. Um olho capaz de vigiar meu sono, me protegendo dos fantasmas que nos visitam se descuidamos de nós.
E dormir é descobrir-se de si mesmo. Dormir é ficar desarmado, é não ser mais proprietário do próprio corpo. Ah! Como o olho do meu avó me enchia de dúvidas!"
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ReplyDeleteTesteee
ReplyDeleteA história é extremamente interessante, acredito que traz muito a questão de "enxergar pelos olhos dos outros", a resenha me despertou muita vontade de ler o livro, gosto muito de histórias que me levam a relembrar da minha infância e refletir acerca dela. Sem dúvidas está na minha lista, amei!
ReplyDeleteA resenha está muito bem escrita e desperta interesse para o livro, que parece ser muito poético ao retratar o envelhecimento e a morte. Despertou a vontade de ler a obra! (Ana Clara Ferreira)
ReplyDeleteA história parece ser emocionante, traz um assunto muito sensível sobre convívio familiar e lembranças. A resenha, muito bem escrita, me despertou interesse pela leitura!
ReplyDeleteTeste
ReplyDeleteEssa resenha me deixou com sede de quero saber mais, me aprofundar na história, ainda mais como a Ana Julia e a Maria Luiza comentou sobre voltar à infância, o que nos desperta sentimentos nostálgicos sobre aquela época, obrigado meninas por essa resenha.
ReplyDeleteA resenha está muito bem escrita e desenvolvida, desperta a curiosidade, e o comentário sobre lembranças na infância acredito que seja muito pertinente com o que a obra aborda. (Amanda)
ReplyDeleteSinceramente me interessei muito pelo livro após ler a resenha das meninas.
ReplyDeleteGosto de reflexões sobre a vida e essa resenha me fez pensar se eu realmente me conheço o suficiente. O trecho deixado ao final trás falas muito bonitas, na minha opinião, linhas que me deixaram pensativa, porém inspirada e curiosidade também.
Pessoal, a arte da palavra não é realmente algo fantástico? Meninas, vocês atenderam ao que foi proposto, apenas não entendi o emprego da primeira pessoa do singular, poderiam ter empregado a primeira do plural, já que o texto, suponho, tenha sido escrito a três mãos. No mais, agradeço o belo depoimento e desejo que a atividade tenha sido produtiva para todos vocês.
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