No livro
“O fazedor de velhos”, de Rodrigo Lacerda, acompanhamos - através de uma
narrativa íntima, em primeira pessoa - a vida de Pedro, um jovem de classe
média, apaixonado por literatura, que se vê entre a adolescência e a vida
adulta, cercado por dúvidas, anseios e questionamentos.
O
menino, apesar de gostar de livros clássicos e ter como companheiros autores
como Shakespeare e Eça de Queiroz, era um garoto comum. Passou boa parte do
ensino médio apaixonado platonicamente por uma garota que o trocou por outro
rapaz na formatura e durante muito tempo, ficou em dúvida a respeito da
faculdade e do seu futuro; nada que fuja dos padrões das histórias adolescentes.
As partes incomuns dessa história ficam sob responsabilidade de uma outra
figura, um pouco mais misteriosa, um velho professor com o qual sua vida se
entrelaça curiosamente diversas vezes. Um senhor chamado Nabuco, ou o fazedor
de velhos.
Após diversos
encontros ocasionais entre os dois personagens, em um aeroporto e na formatura
de Pedro, o jovem finalmente se aproxima da figura do professor quando se sente
assombrado por questionamentos comuns na adolescência: Será que esse é o
caminho certo? O que fazer do futuro? Ou o terrível: Desistir é uma opção?
Dentre tantas dúvidas, a estranha figura do professor se revela como um mentor
para o mais novo, e passa a usar de sua sabedoria para ensiná-lo sobre a vida e
sobre seus sentimentos.
Durante a
leitura da obra o leitor pode observar a construção de uma incrível e
improvável amizade entre diferentes gerações, aprendendo e se emocionando com os
diálogos e experiências dos personagens.
O livro,
publicado em 2008, se mostra extremamente atual, e retrata com maestria temas
comuns na vida adolescente: o amor, as amizades, a dificuldade em amadurecer e
as dúvidas da escolha profissional. Utilizando dos conceitos que Gabriela Luft
apresenta no texto “A literatura juvenil brasileira no início do século XXI:
autores, obras e tendências”, podemos dizer que é uma história que viaja entre
os gêneros do amadurecimento, da interpessoalidade e da vida em sociedade, e se
mostra ideal para a formação social e leitora de jovens entre 12 e 15 anos, que
se veem na mesma situação complicada do personagem e podem encontrar, na
literatura de Rodrigo Lacerda, seu próprio Fazedor de Velhos.
O autor,
já conhecido por livros como “Hamlet e Amleto” e “Vista do Rio”, traz à
literatura infantil brasileira uma obra significativa que valoriza o poder da escrita
contemporânea e faz jus as suas diversas premiações. O livro é essencial para ensinar,
através da leveza da voz de um adolescente, sobre as dificuldades da vida e
sobre a necessidade de ficção. A narrativa de “O fazedor de velhos” é
envolvente, descomplicada e simples, capaz de encantar não só crianças e
jovens, mas também adultos que desejam e precisam se reencontrar com seus
sonhos esquecidos de infância. É uma leitura necessária e emocionante, que,
através da simplicidade, pode transformar vidas e, de fato, ensinar a crescer.
A resenha me deixou muito curiosa sobre a história, o tema é muito importante principalmente para os jovens que se encontram na mesma situação do personagem, sendo uma ótima sujestão para os professores trabalharam em sala de aula. Adorei sua resenha!
ReplyDeleteConcordo com a Maria Luíza, sua resenha ficou muito boa, Júlia, parabéns! Você atendeu plenamente o que foi proposto. No mais, desejo que a atividade tenha sido signficativa para vocês.
ReplyDeleteAmei! Júlia, sua escrita me impressionou tanto que me deixou com uma imensa vontade de ler a obra, pois, ao ter contato com livros didáticos o leitor se coloca em posição de analisar de modo que tente compreender o sentido da vida. Nunca havia lido uma obra de Rodrigo Lacerda, não sei como demorei tanto para encontrar tal obra. Sinto que livros como esses são necessários a todos os jovens leitores ansiosos e apressados com o futuro. Que resenha!
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